quinta-feira, 19 de junho de 2014

Análise comportamental do portador de hipertensão arterial: informação e ação

Os autores Peres, Magna e Viana (2003) efetuaram uma pesquisa importante no sentido de compreender a situação do paciente hipertenso no contexto brasileiro de saúde pública. A primeira impressão é alarmante: 41% dos pacientes não sabem definir exatamente o que é a hipertensão arterial (Tabela 1).


Além disso, os fatores emocionais foram os mais referidos como obstáculos para o tratamento da doença (Tabela 2), o que evidencia, novamente, a influência negativa do estilo de vida estressante levado hoje pela população.


Apenas com esses dois dados podemos estabelecer dois importantes passos para combater a hipertensão: a informação surge como o mais importante, uma vez que um paciente que não conhece bem sua doença provavelmente não saberá tratá-la com eficiência. Tão importante quanto a informação, temos o modo de vida que precisa ser alterado. 40% dos pacientes relataram mudança nos hábitos alimentares e de vida, onde as práticas mais citadas para controle da doença foram caminhadas e ginástica. Nesse sentido, observa-se que o conhecimento acerca da doença parece limitado, ainda que existente. A hipertensão precisa ser compreendida em termos bioquímicos e fisiológicos reais para um tratamento eficiente.

Como conclusão, o óbvio: considera-se muito importante propor novas formas de orientação aos pacientes com hipertensão arterial. As respostas destoantes mostram confusão em relação ao que provoca, o que fortalece e o que combate a doença. Embora quase metade dos pacientes tenham relacionado a doença a fatores emocionais, quando entrevistados, apenas 30% indicaram o domínio do estado emocional como forma de combate. Isso sugere que o campo de combate à hipertensão ainda precisa ser fortalecido e melhor orientado.

(por Flora Orofino Teles)

Bibliografia

PERES, Denise S; MAGNA, Jocelí Mara; VIANA, Luis Atílio. Portador de hipertensão arterial: atitudes, crenças, percepções, pensamentos e práticas. Rev. Saúde Pública,  São Paulo,  v. 37, n. 5, Out. 2003.   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102003000500014&lng=en&nrm=iso>.  Acesso em:  17  Jun  2014.

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